Vocês se recordam do último mês de dezembro, quando publiquei um especial titulado de "Um jardim botânico pelas ruas do Grajaú" (12/12/10)? A rua, em questão, era a Professor Valadares, que naquele fim de primavera trazia um vasto jardim florescido ao longo de suas calçadas. Até hesitei em falar sobre as espécies por pura falta de conhecimento. Entretanto, na última quinta-feira (03/02), o caderno de bairros da Tijuca, do jornal O Globo, fez uma matéria sobre a mesma rua, dando enfoque justamente ao lado botânico. Foi pedida a ajuda de uma especialista na área, a botânica Renata Suzano do Museu Nacional da UFRJ, além da Fundação Parques e Jardins. A reportagem é de Simone Avellar.
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"Em meio ao arborizado bairro do Grajaú, uma charmosa ruazinha chama a atenção pela biodiversidade: a Professor Valadares, que vai do alto do Grajaú Country Clube até a Praça Malvino Reis. Por seus 750 metros de extensão, diferentes espécies de plantas dão um ar bucólico à via e tornam a rota - ainda pouco explorada - uma agradável opção de passeio para quem gosta de admirar a Natureza e, ainda de quebra, deseja fugir do calor típico da região.
A convite do GLOBO-Tijuca, a mestre em botânica pelo Museu Nacional/UFRJ Renata Suzano percorreu todo o trecho e identificou exemplos da variada vegetação presente no logradouro. Renata observou a existência de, pelo menos, 20 espécies distintas, sendo a maioria do tipo exótica (que não é típica do Brasil) e introduzida pelo homem.
— É um número bastante expressivo se consideramos que estamos falando apenas de uma rua - diz Renata.
A convite do GLOBO-Tijuca, a mestre em botânica pelo Museu Nacional/UFRJ Renata Suzano percorreu todo o trecho e identificou exemplos da variada vegetação presente no logradouro. Renata observou a existência de, pelo menos, 20 espécies distintas, sendo a maioria do tipo exótica (que não é típica do Brasil) e introduzida pelo homem.
— É um número bastante expressivo se consideramos que estamos falando apenas de uma rua - diz Renata.
Por trás de toda a beleza natural da Professor Valadares, está o trabalho de dezenas de engenheiros florestais da Fundação Parques e Jardins (FPJ). São eles os responsáveis pelo planejamento e pela execução de projetos de arborização na cidade.
Segundo o inspetor de arborização da instituição, Flávio Telles, não é todo lugar que comporta a diversidade da via analisada. Uma série de fatores é estudada e levada em consideração na hora do plantio.
— Cada caso é muito bem pensado. Nada é feito aleatoriamente. Procuramos ver que tipo de vegetação é compatível com cada rua, seja por razões biológicas ou relativas à arquitetura do lugar como, por exemplo, a altura das edificações e as fiações que passam na via. As condições favoráveis na Professor Valadares nos permitiram um trabalho diferenciado — explica.
O ideal na arborização urbana, para o inspetor da FPJ, é que sejam mescladas plantas de pequeno, médio e grande porte de espécies variadas - diminuindo, assim, o risco de devastação caso determinada vegetação seja contaminada por uma praga. Os aspectos visuais também têm relevância. A preferência é por plantas que deem flores ou que tenham uma bela folhagem.
Segundo a botânica Renata Suzano, na Professor Valadares, todas essas características foram contempladas - o que justifica variedade de espécies indentificadas por ela. O clima da região (caracterizado por temperatura média de 25ºC, umidade influenciada pela proximidade do Parque Estadual do Grajaú e alta incidência de raios solares) também são fatores que explicam a adaptabilidade das plantas àquela rua.
Entre os diversos tipos de plantação encontrados no trecho, a figueira-dos-pagodes (última foto à direita) é a mais comum. Esse tipo de vegetação, segundo Renata, é originária da índia e frequente na arborização do Rio. Sua copa espessa proporciona bastante sombra - amenizando a temperatura local —, além de servir de refúgio para a fauna.
— Por causa da diversidade, o ambiente se torna mais harmonioso e acolhedor. Vale a pena conhecer — aconselha a botânica."
Segundo o inspetor de arborização da instituição, Flávio Telles, não é todo lugar que comporta a diversidade da via analisada. Uma série de fatores é estudada e levada em consideração na hora do plantio.
— Cada caso é muito bem pensado. Nada é feito aleatoriamente. Procuramos ver que tipo de vegetação é compatível com cada rua, seja por razões biológicas ou relativas à arquitetura do lugar como, por exemplo, a altura das edificações e as fiações que passam na via. As condições favoráveis na Professor Valadares nos permitiram um trabalho diferenciado — explica.
O ideal na arborização urbana, para o inspetor da FPJ, é que sejam mescladas plantas de pequeno, médio e grande porte de espécies variadas - diminuindo, assim, o risco de devastação caso determinada vegetação seja contaminada por uma praga. Os aspectos visuais também têm relevância. A preferência é por plantas que deem flores ou que tenham uma bela folhagem.
Segundo a botânica Renata Suzano, na Professor Valadares, todas essas características foram contempladas - o que justifica variedade de espécies indentificadas por ela. O clima da região (caracterizado por temperatura média de 25ºC, umidade influenciada pela proximidade do Parque Estadual do Grajaú e alta incidência de raios solares) também são fatores que explicam a adaptabilidade das plantas àquela rua.
Entre os diversos tipos de plantação encontrados no trecho, a figueira-dos-pagodes (última foto à direita) é a mais comum. Esse tipo de vegetação, segundo Renata, é originária da índia e frequente na arborização do Rio. Sua copa espessa proporciona bastante sombra - amenizando a temperatura local —, além de servir de refúgio para a fauna.
— Por causa da diversidade, o ambiente se torna mais harmonioso e acolhedor. Vale a pena conhecer — aconselha a botânica."
Mais fotos da Rua Professor Valadares através deste link:
Vale lembrar que as fotos são de propriedade do jornal.
2 comentários:
Olá Pedro. Realmente a Rua Professor Valadares é muito gostosa de se viver. Mas...a reportagem do Jornal O Globo está completamente equivocada quando divulga que o inspetor do IPJ, através de seus engenheiros, estuda minuciosamnete todo o paisagismo dessa rua. Pois é... terei que desmentí-los , uma vez que NUNCA vi nem estive com qualquer representante dos parques e jardins a não ser em épocas de podas de árvores. O NOSSO JARDIM , por exemplo, foi cuidadosamente estudado por meu marido que é advovado e que nas horas vagas , para relaxar, trabalha com nossas plantas tanto internas quanto externas.O jardim externo foi cuidadosamente elaborado, exatamente com um caminho ( que as crianças chamam de estrada, de ponte, de floresta, etc.) convidando as pessoas a interagirem com as plantas que são diversas, umas com flores e outras sem, e cada uma de uma espécie difetente - e, sem a ajuda ou palpite de NENHUM engenheiro florestal ou supervisor do IPJ.
É muito bom, estar principalmente com as crianças que passam por nosso caminho de paz.
Olá Pedro,
Moro na Rua Farani - Botafogo e preciso ir a Av: Marechal Rondon, 381 - São Francisco Xavier. Pesquisando encontrei a linha BRS 3 (457 ou 459)Abolição x General Osório - (via túnel Santa Bárbara) , mas não estou encontrando o intinerário das mesmas... você saberia me informar?
Dede já agradeço e aguardo.
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