26.7.10

A rua dos albergues em Copa. Conhece?

Fugindo totalmente ao padrão de Copacabana, a Rua Lacerda Coutinho é uma das únicas no bairro que ainda mantém casas, além de hostels.



A ENTRADA DA RUA Lacerda Coutinho através da Rua Santa Clara: muita sombra, casas e uma bela vista para a pedreira do Morro dos Cabritos, ao fundo.



REPRESENTAÇÃO CARTOGRÁFICA da Rua Lacerda Coutinho, em Copacabana. Ela tem a forma de um L e é a última transversal da Tonelero antes da entrada para o Túnel Major Vaz.
Grau de periculosidade sentida (de zero a 5): Zero.


Domingo, dia 25, fui para Copacabana com a minha máquina bolso. Eu já conhecia a Lacerda Coutinho pelos mapas e, também, por olhá-la rapidamente diante da janela do ônibus, quando este passava pela Rua Tonelero antes do Túnel Major Vaz. Entretanto, nunca tinha andado por ela. Sempre pareceu-me uma rua bem simpática, afinal, seu pequeno tamanho já nos faz perceber que ela destoa das ruas "padrão" de Copa. O clima é totalmente diferente; as construções, idem.

Eu comecei a minha expedição fotográfica pela entrada da Lacerda Coutinho na Rua Santa Clara. A Lacerda tem o formato de um L, como vocês podem ver no mapa - ela começa (ou termina) na Tonelero, faz uma curvinha e acaba na escura Santa Clara. Impressionante como, mesmo num dia de sol escaldante, a Santa Clara consegue ser escura! São muitas árvores, que impedem qualquer nesguinha de sol de iluminar o seu caminho! Bom ou ruim? Acho que é bom! Os moradores da rua é quem deveriam responder isso. Voltando à nossa rua do post de hoje, a Lacerda Coutinho ela impressiona, por um momento, não só por ter casas, mas também porque bem na sua entrada pela Santa Clara você consegue ter uma visão espetacular que os edifícios altos daquele trecho de Copa tampam: o Morro dos Cabritos! É uma pedreira linda, com algumas poucas árvores no seu topo e que se intensifica a medida que vai chegando ao asfalto. Fantástico!


ESTAS SÃO ALGUMAS das casas que compõem a Lacerda Coutinho. Umas mais bem conservadas do que o outras, é realmente interessante encontrar uma rua como esta em pleno coração de Copacabana. Na foto à esquerda, a casa laranja, com a bandeira do Brasil, é o Bamboo Rio Hostel.


Uma vez que a pedreira já foi totalmente admirada, seus olhos voltam para baixo e inicia-se uma análise minuciosa da arquitetura da rua. Não tem nada de especial a ponto de entrar para livros, guias de turismo ou coisa do tipo. Só é realmente impressionante como em plena selva de pedra que é o bairro de Copacabana você encontrar um recanto tão aconchegante como é a Rua Lacerda Coutinho. Umas casinhas bem diferentes, umas bem cuidadas, outras mais entregues à falta de conservação, uma escola, um albergue... É, um albergue. Deparei-me com uma casa de pintura laranja, muro alto e um portão aberto e um vai-e-vem de pessoas. É o Bamboo Rio Hostel, no número 45 da rua. Um privilégio para o estrangeiro estar nessa área de Copacabana e, o melhor, numa rua bem familiar.

Continuei caminhando e fui percebendo que, impossível não ter só casas, havia também edifícios. De poucos andares, é claro! Mesmo assim, as casas continuam sendo a grande atração dali. Umas mais interessantes que as outras. Porém, como nada é feito de pétalas de rosas, um grande mal carioca também predomina ali: os cocôs de cachorro. Volta e meia, apareciam pessoas passeando com seus cãezinhos, todos com sacolinhas de supermercado na mão, mas parece que aqueles que não estavam sendo monitorados conseguiram deixar o rastro do seu animalzinho por ali. É uma porquidão só, infelizmente.


ALÉM DAS CASAS, alguns poucos edifícios fazem parte da Lacerda Coutinho. Mas bem poucos mesmo, com poucos andares em relação à média do bairro. Algumas pequenas árvores (não menos imponentes!) também aparecem pelas calçadas.



O FIM DA LACERDA Coutinho, na esquina com a Rua Tonelero. Nessa localidade, outro albergue, o Rio Rockers, a poucos metros de distância de outro. Ao lado, a entrada para o Túnel Major Vaz.


Mais para o fim da Lacerda Coutinho, já nas imediações da Rua Tonelero, avistei outra construção bastante chamativa e interessante. Aproximei-me e a placa indicava: Rio Rockers Hostel. Outro albergue! Com a fachada de pedra, ele lembra, por segundos, uma espécie de castelinho. Enfim, rua muito simpática assim como seus moradores. Antes de ir embora, uma senhorinha me abordou, quando vinha pela Tonelero (foto da esquina à direita) e me abordou. Queria saber o porquê das fotos. Expliquei tudo, sobre o blog, sobre o interesse pela rua, sobre a importância da preservação das ruas através das fotos para as gerações futuras. Ela adorou a idéia, afirmou que morava já na Lacerda há mais de 30 anos numa das casas e que tinha acesso à internet. Todavia, na falta de caneta e papel, ela teve de guardar o endereço na memória, com alguma dificuldade. Se ela tiver conseguido se lembrar e conseguiu chegar até aqui, mando o meu abraço!


A LACERDA vista através da Rua Tonelero.


Você conhece lá? É morador da região? Gostou do post? Comente!

10.7.10

A Tijuca pouco conhecida

Rua na Tijuca é um dos maiores símbolos dos Anos Dourados do bairro. Com arquitetura e árvores diferenciadas, o diferencial fica mesmo sob o cargo da natureza.


Baseando-me na enquete ao lado é que estou me guiando para trazer as próximas ruas praqui pro blog. Pretendo, é claro, seguir a ordem de preferência, isto é, as que receberam mais votos - no caso, a Rua Lacerda Coutinho, em Copacabana. Porém, eu já tinha arquivado desde junho umas fotos dessa simpática ruazinha que eu lhes trago agora e achei interessante ir já publicando o material acumulado. Na verdade, era para eu ter fotografado a Travessa Jaicós, na Tijuca, como o proposto pela enquete. O problema é que eu continuei andando ali pelas imediações do Colégio Batista Shepard - local onde fica a Jaicós - e acabei me vendo encantado ao percorrer toda a Rua Sabóia Lima, a partir da cancela. Quando eu cheguei no final dela, tive uma grata supresa. Dessa vez, vou deixar que as fotos os guiem mais do que o meu próprio texto.


LOCALIZAÇÃO CARTOGRÁFICA da Rua Sabóia Lima, na Tijuca.
Grau de periculosidade sentida (de Zero a 5): Zero. O local conta com guarita particular.



ESSA É A ENTRADA da Rua Sabóia Lima a partir da cancela, nas imediações da Rua Ernesto Sena. A Sabóia, no entanto, começa na Praça Gabriel Soares, ponto final da linha 409 (Saens Peña - Jardim Botânico). Observe a imponência das casas!



A RUA, EM SUAVES aclives, se espraia em direção ao Maciço da Tijuca. Na foto é possível ver que a Sabóia Lima está praticamente encostada com a mata da floresta.



A CADA PASSO percorrido, algum tipo arquitetônico diferente. Majoritariamente constituída por casas, de variados tamanhos, das mais simples às mais pomposas, a rua tijucana também conta com alguns pequenos edifícios.



MUROS ALTOS, muros baixos: a variedade é gigante. Mas o que realmente impressiona é o tradicionalismo do local.



ESTÃO ALGUNS DOS IMÓVEIS mais charmosos da Rua Sabóia Lima: o primeiro, à esquerda, indica ser uma residência. A pintura, no entanto, deixa a desejar, embora seja inegável a beleza da casa - talvez mais surpreendente do que bela, afinal, não é comum achar aqui pelo Rio casas nesses estilos europeus (suíço, poderia ser?). As duas outras fotos mostram, sob diferentes ângulos, o imóvel onde se situa a Fraternidade Rosa-Cruz Antiga , uma espécie de igreja gnóstica. Tem ou não uma clima super antigão? Se a foto do meio estivesse em preto e branco, poderia se passar muito facilmente por uma foto dos anos 40. Vocês vão ver que a Rua Sabóia Lima é bem assim, desse jeito, uma rua meio de vovô e vovó, que moram ali já há muitas décadas e não saem desse recanto por nada!



MUITAS DAS CASAS por ali ficam, em geral, em um andar mais elevado. Na parte debaixo, fica a garagem além de belos jardins.



MAIS DA RUA Sabóia Lima.



PONTO FINAL DA Sabóia: as últimas casas e um portão. Portão?! Sim, um portão. Com os dizeres: "Sendo Presidente da República o Sr. Dr. Francisco de Paula Rodrigues Alves (...) assentou este Contador Venturi, o primeiro neste gênero, installado para o serviço do abastecimento d'água à Capital Federal, em 28/2/1906". Ali é o caminho da represa do Rio Trapicheiros e, hoje, é de propriedade da Cedae e proibida à visitação. O Contador Venturi, citado na placa, era um tipo de contador que servia para medir o quanto de água era fornecida aos moradores da região.



À DIREITA DO PORTÃO DA represa do Rio Trapicheiros, fica a Praça Hans Klussmann. Exótica, ela aproveita o frescor e o esverdeado da mata próxima para montar uma mini floresta de bichinhos de cerâmica. A produção, no entanto, foi de um morador da Sabóia Lima.



ADENTRANDO A PRAÇA, olha o que se encontra: um riacho! Proveniente do próprio Trapicheiros, ele desemboca lá embaixo, perto do Colégio Batista Shepard. O barulhinho de água corrente junto do clima super agradável da Praça Hans Klussmann te faz achar, realmente, que você está no próprio Alto da Boa Vista. Definitivamente, o Rio guarda segredos incríveis!


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