Espremido entre a Candelária e os arredores do mergulhão da Praça 15, essa pequena região se assemelha a uma cidade cenográfica
Placa antiga no também antigo prédio dos correios, na Rua Visconde de Itaboraí
Não é sempre que um carioca visita o Centro da cidade a passeio. Há quem vá, sim, mas geralmente é para resolver algum assunto importante ou tomar uma gelada na Lapa, a partir do happy hour. De fato, o Centro seria um deserto de atrações culturais que estimulassem o ir-e-vir das pessoas em dias incomuns se não fosse, por exemplo, o Centro Cultural Banco do Brasil, localizado no início (ou fim, depende da referência) da Avenida Presidente Vargas, bem próximo da Candelária.
Os fundos do CCBB, na Visconde de Itaboraí |
Embrenhando-se pelo jardim em frente ao CCBB, encontramos bem na nossa frente um casarão amarelo bastante charmoso: a Casa França-Brasil, outro centro cultural que abriga sempre exposições interessantes. Ali tem uma ruazinha, a Visconde de Itaboraí, que começa na Rua do Rosário, segue até a Presidente Vargas – onde tem sua continuidade interrompida por esta grande avenida – e prossegue até findar na Praça Barão de Ladário, já no encontro com a Rua Primeiro de Março, outra rua bastante importante do chamado corredor cultural do Centro do Rio. Ficou perdido com um monte de nome de ruas? Não se desespere, foi só um detalhe de uma pessoa que é aficionado por mapas :-) !
No jardim entre a Presidente Vargas e a entrada para a Visconde de Itaboraí, o CCBB e, ao fundo, a Casa França-Brasil. Em estilo neoclássico, foi projetada pelo francês Grandjean de Montigny, com inauguração em 1820.
Casa França-Brasil |
Eu mantive meu passeio de fotos no primeiro trecho da Visconde de Itaboraí, entre a Rua do Rosário e os jardins da Casa França-Brasil. Eu tava um pouco com pressa pois, na verdade, eu tinha ido ao Centro assistir a algumas exposições ali por perto e resolvi fotografar essa simpática rua. Não só simpática: ela é histórica e quase cenográfica. Andar pela Visconde de Itaboraí, neste trecho, é ter a impressão de estar caminhando por um lugar definitivamente fora do Rio de Janeiro. Isso porque, por algum motivo feliz, a rua é consideravelmente limpa, bem sinalizada e com edifícios pra lá de charmosos.
Adega do Timão, simpático bar na esquina com a Travessa do Tinoco. Em frente, o Centro Cultural Correios. |
Nunca fui prali de noite, mas tenho uns amigos que costumam tomar uma cerveja nesta região pós-expediente. Na própria Visconde de Itaboraí é possível ver um agradável bar, na esquina com a Travessa do Tinoco, instalado em um casario bastante dos antigos. O legal é que é tudo muito bem conservado, conferindo um aspecto de cidade sã. Não que o Rio não seja, mas temos falhado neste aspecto. Na esquina adjacente, um imponente prédio branco, cujo acesso é feito através de uma pequena escadinha de três degraus com corrimão de bronze, faz funcionar o Centro Cultural Correios, com exposições também muito bacanas.
A rua cheira a arte, não só pelos estabelecimentos culturais no entorno, como, também, por ter algumas obras de arte espraiadas ao longo das ruas. Na Visconde, o destaque fica por conta de uma obra de arte exposta bem no seu início, com a Rua do Rosário.
Luminárias clássicas |
O grande problema dali é a quantidade de carros que insistem em trafegar, mesmo que o corredor cultural não seja lá assim tão adaptado para automóveis. Não só a Rua Visconde de Itaboraí mas como todas as outras são muito estreitas e dificilmente conseguiriam transitar dois carros numa mesma faixa. Pelo contrário! No dia em que eu estava ali, uma van estacionada à uma das portas de saída do CCBB tentava sair da vaga com muita dificuldade e sob muita pressão, pois impediu a passagem de dois táxis que vinham atrás e aquela buzinada começou. Desagradável. Algumas ruas do Centro deveriam ser exclusivas para pedestres.
A frequência na Visconde de Itaboraí é predominantemente de transeuntes nem um pouco semelhantes ou pertencentes ao coração financeiro do Centro, como a Avenida Rio Branco e o Castelo, cheio de gente apressada metida em roupas formais. Pelo contrário; como disse anteriormente, se não fosse esse corredor cultural, seria quase raro encontrar pessoas passeando despropositalmente pelo Centro. Por ali circulam jovens e pessoas antenadas, sejam da Zona Norte, Oeste ou Sul, e muitos gringos. Eles andam no seu traje típico de verão carioca: bermuda um pouco acima do joelho, blusa de botão, sandália e uma máquina das boas penduradas no pescoço. Sem esquecer a pele avermelhada do sol. Parecem encantados com esse minipedacinho do Centro cheio de coisa boa pra mostrar. E tem mesmo. Eu mesmo fico observando, olhando que nem bobo e orgulhoso de morar numa cidade onde um Centro é tão multifacetado.
Avenida Presidente Vargas, com a Casa França-Brasil ao fundo
A tranquilidade vai acabando a medida que se aproxima da Avenida Presidente Vargas. Por ali o trânsito é caótico, principalmente na hora do rush, quando o viaduto que dá acesso direto ao Aterro do Flamengo começa a ter seu fluxo intensificado e o mergulhão da Praça 15 lotado de coletivos. Num calor de 40 graus (sim, esse dia estava bem quente!) esse panorama poderia ser angustiante para os menos pacientes. Imagina, engarrafamento, calor... Conselho? Procure a sua casa de sucos favorita mais próxima e vá tomar um mate gelado daqueles. Caiu redondo pra mim e nem me estressei com o trânsito paulistano. Arte e mate alimentam a alma, hahaha. Um abraço!
A igreja da Candelária, em sépia.
4 comentários:
Gosto muito desse cantinho do Rio! A cerveja é barata, as pessoas são tranquilas e geralmente fugir do calor nos centros culturais é uma ótima pedida!
Beijão Mexi =*
Amo esse corredor cultural ! Estou sempre por aí... Tiro mts fotos por lá, sou fotógrafa e amo o Rio, principalmente essa parte cultural que o Centro nos oferece, e quase tudo de graça.
Se quiser ver minhas fotos: www.flickr.com/lucianamonteiro
Abçs !
O prédio da Casa França-Brasil é a antiga alfãndega. O Centro Cultural dos Correios fica onde era o Mercado Municipal, demolido no início do século XX para dar lugar ao novo, na Praça XV. Este foi demolido para a construção do monstrengo, quer dizer, do viaduto. Sobrou uma de suas torres - o restaurante Albamar. O CCBB é sem dúvida um dos lugares mais agradáveis do Centro. Faltou falar da Travessa do Comércio, happy hour mais agitado do Centro, e do Arco do Telles.
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