Parte final
Linhas extintas
Como eu já disse lá nos primeiros post, o carioca tem um carinho especial em relação os ônibus e suas linhas, por mais problemas que apresentem. O ônibus faz parte da nossa vida, seja por ser o nosso meio de transporte, seja pelo seu design arrojado ou pelo estardalhaço que provoca ao frear na frente da sua casa ou edifício... Enfim, todas essas são formas de relacionamento - boas ou más. E às vezes esse tipo de assunto provoca, sim, nostalgia. E isso fica mais evidenciado quando lembramos, é claro, o passado, o que existia... e lembramo-nos das linhas de ônibus já extintas. Você pode ter demorado para perceber, mas algumas somem sem explicação. Outras desaparecem por pressão social. Enfim! Vai aí uma listinha de algumas linhas que já não existem mais:
174 - Central x Gávea (após o fatídico sequestro da linha pelo criminoso Sandro do Nascimento, em junho de 2000, a 174 foi retirada de circulação por ter ficado associada ao triste episódio. Substituída pela atual 558) | 442 - Lins x Urca (diz a lenda que essa linha foi desativada através da pressão dos moradores da Urca, que não queriam "suburbanos" em sua praia) |
202 - Colégio Militar x Praça XV | 454 - Grajaú x Leblon (Via Rua Haddock Lobo/Santa Bárbara) |
207 - Rodoviária x Lapa (Via Estácio/Praça Afonso Pena) | 500 - Pão de Açúcar x Barra (Via Orla/Alvorada) |
221 - Maracaí x Praça XV (Via Mariz e Barros / Usina) | 558 - Horto x Praça General Osório |
230 - Rodoviária x Boca do Mato (hoje o trajeto é operado pela linha 606, que estendeu seu itinerário até o Engenho de Dentro e conta com linhas especiais que circulam pela Boca do Mato) | 605 - Lins x Rodoviária (Via Avenida Marechal Rondon) |
274 - Maria da Graça x Castelo (Até pouco tempo, a 274 funcionava como Méier x Tiradentes e, hoje, já não circula mais) | 626 - Penha x Praça Saens Peña (Via Del Castilho/Méier) |
369 - Pedra de Guaratiba x Largo de São Francisco | 640 - Vigário Geral x Praça Saens Peña |
404 - Colégio Militar x Jardim de Allah (a partir do ano 2000, essa linha passou a operar apenas entre o Rio Comprido e a Zona Sul, mas foi desativada no final de 2008) | 675 - Méier x Penha (Via Inhaúma) |
416 - Forte x Usina (Via Túnel Santa Bárbara) | 700 - Vigário Geral x Barra da Tijuca |
410 - Praça Varnhagem x Praça Antero de Quental (a 410 ainda funciona, mas com itinerário Saens Peña x Gávea) | 953 - Pavuna x Bonsucesso |
As ruas do Rio podem perder o seu colorido
No final de 2009, o prefeito Eduardo Paes decretou que as empresas de ônibus do Rio deveriam entrar em um acordo em relação a um design padronizado dos veículos, dando um fim nas pinturas tão tradicionais e famosas dos ônibus. Observe a repercussão, em reportagem do jornal O Dia, de março de 2010:
Fernanda Alves e Mahomed Saigg - Jornal O DiaPrefeitura quer que todos os ônibus da cidade sejam padronizados por região até a Copa de 2014. O gasto para mudar a frota é calculado em R$ 80 milhões. Empresas e usuários que reconhecem linha pela cor rejeitam proposta
Rio - A Prefeitura planeja padronizar os ônibus da cidade. A ideia é pintar todos os coletivos de uma cor só, levando em consideração as regiões para onde vão. Publicado em decreto no Diário Oficial de 3 de novembro, o projeto, que ainda está em estudo, tem a intenção de deixar o Rio mais bonito para a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016. Mas não foi recebido com bons olhos pelas empresas de ônibus nem pela população.
Para pintar os 8 mil ônibus da cidade, as empresas vão gastar um total de R$ 80 milhões. Procurada, a Fetranspor preferiu não comentar.
A primeira proposta apresentada pela Prefeitura sugeria ônibus de duas cores: azul-bebê e salmão. A parte de baixo, na altura das rodas, teria um friso com o desenho do calçadão da Praia de Copacabana estilizado. Os primeiros modelos não agradaram às empresas. Segundo os empresários, a parte que receberia o friso é a que mais se danifica e o concerto ficaria mais demorado.
As empresas pediram, então, para que outras opções fossem confeccionadas. Segundo a Secretaria Municipal de Transporte, o layout não foi definido.
Nas ruas, os passageiros preferem continuar com os veículos diferentes e coloridos. “Vai ficar mais difícil identificar o ônibus. Todo mundo já grava pela cor. Muita gente vai errar. Tem coisas mais importantes para o prefeito resolver ”, reclamou a estudante Maysa Mazzeo, 21 anos.
A aposentada Geneci Santos, 68, não gostou da notícia. Com catarata, ela tem dificuldade para enxergar de longe e teme problemas na hora de se locomover pela cidade. “Vou ter que perguntar às pessoas no ponto qual o ônibus que está passando”, prevê.
Apaixonado por ônibus, Sydney Júnior, 49 anos, ficou insatisfeito quando soube da intenção do prefeito Eduardo Paes. “Sou contra. Não vou querer mais colecionar miniaturas de ônibus do Rio”, lamenta. O busólogo tem em casa 67 miniaturas e reclama que a padronização vai tirar a graça da sua paixão pelos veículos. “Em meu site fiz uma pesquisa sobre a alteração e o resultado foi unânime. As 100 pessoas que votaram foram contra”, revela o dono do portal www.cidadeonibus.com.
Colorido dos veículos já é uma marca da cidade
O engenheiro de transportes Fernando Mac Dowell torce para o projeto não sair do papel. Para ele, além de confundir os usuários, a padronização dos ônibus não combina com o Rio. “Vai ficar monótono, sem graça. Nós sempre fomos conhecidos pelos ônibus coloridos. Vamos perder uma de nossas marcas”, acredita, elogiando a criatividade das empresas ao criar o layout dos veículos: “É tão legal ver os diversos modelos criados pelas empresas”.
Mac Dowell adianta que existem problemas do transporte carioca que precisam ser pensados com mais prioridade do que a cor dos ônibus. “Temos que resolver falhas sérias de metrô e trens. Poderíamos pegar os R$ 80 milhões dos gastos com pintura e usar em abatimento de passagem”, sugere.
O busólogo (apaixonado por ônibus) Jaílson Abreu, 29, lamenta a mudança. “Muitas pessoas nos admiram pelos ônibus. Vêm aqui para tirar foto com os diversos modelos. Agora vai ficar sem graça”, desabafa. Ele tenta entender a decisão da prefeitura: “Acredito que estejam fazendo isso para passar uma ideia de transporte organizado, mas é só maquiagem”. Ele ainda tem a esperança de que a alteração não aconteça: “A população não vai concordar, e eu espero que mudem de ideia”.
9 comentários:
Pedro, a 174 só mudou de numeração devido ao sequestro, ela agora é 158, e o 406 continua rodando normalmente sim, agora sendo uma linha integrada ao Metrô, mas continua saindo do Largo do machado, pegando a Rua Alice, Rio Comprido, Estácio e Leopoldina até a Rodoviária. A que foi extinta era uma tal de 408, que acho que era Silvestre X Estácio via Rua Barão de Petrópolis.
Pedro,que linha é essa do onibus 221?
Quanto a unificar as cores dos coletivos acho uma falta total de assunto deste prefeito "mauricinho".
Bjs
Nuno: a 406 ela circula como integração do metrô-rodoviária, mas antigamente ela funcionava como linha regular da São Silvestre, via Rua Barão de Petrópolis.
Janete: a linha 221 ligava um lugar no Alto da Boa Vista chamado de Maracaí ao Centro da cidade, via Rua Mariz e Barros / Conde de Bonfim.
Mas a 406 ainda circula pela Rua Barão de Petrópolis sim, Pedro, e depois desce pela Rua Alice. Ela ainda é de propriedade da São Silvestre, que a opera de forma regular, onde foi feito um acordo com o Metrôrio para que a mesma se tornasse uma linha integrada (expressa). O processo é o mesmo em todas as linhas expressas, a empresa de ônibus opera e detém a posse da linha, e recebe recursos do metrô, sob a condição de prestar um serviço de qualidade, com frota 100% climatizada. Caso essas condições não sejam cumpridas, o acordo é desfeito. Temos como exemplo o caso da Transurb, cujas linhas 214 e 407 já foram Expressas porém devido às más operações e condições o MetrôRio desfez o acordo e elas voltaram a ser linhas normais. O processo é diferente nas linhas do Metrô da Superfície, cuja propriedade é do MetrôRio e que entrou em acordos com a São Silvestre e com a Vila Isabel para que as operassem. O trajeto da 406 não foi modificado em nada, e ela é a única linha que faz integração em duas estações: Estácio e Largo do Machado.
A 406 jamais foi extinta, pelo contrário, foi aperfeiçoada, pois a frota foi ampliada e 100% climatizada e se possibilitou a integração entre outros modais como o Metrô e às linhas de longa distância do Terminal Novo Rio, por ser a única linha a ter direito a uma baia exclusiva dentro do Terminal, mas seu ponto no Terminal Henrique Otte continua lá, e ela passa lá depois de sair do Novo Rio.
A linha 558 foi substituída pela variante da 125 que vai até o Horto, circula a cada 40 minutos se não me engano.
Abraços!
Pegava muito o 221 na Praça XV quando voltava de Paquetá, nos domingos de noite.
Faltou citar o 416, que ligava a Usina a Copacabana pelo Santa Bárbara, conhecido pela alcunha de "assaltinho".
Taí! Eu nunca mais vi a 406, pela São Silveste, em linha regular, em circulação. Vou prestar mais atenção, pois eu acho essa linha bem simpática, apesar de circular por ruas sinistras do Rio Comprido.
O 416 eu desconhecia também que existia! Era o Usina - Forte? Itinerário semelhante ao do 426?
A 416 virou a 426 sim, meus pais costumavam pegá-la quando moravam na Pinheiro Machado para ir a Praia, o itinerário se manteve mesmo com a troca de número e de letreiro até ano passado, quando a linha foi extendida até o Jardim de Alah, junto com a 413, e o 404 Rio Comprido X Jardim de Alah foi reduzido para Rio Comprido X Aeroporto Santos Dumont circular.
Uma outra linha que foi extinta foi a 496 Penha-Laranjeiras, via Praça XV, que foi substituída pela 498 por causa do maior espaço no Cosme Velho para fazer ponto terminal.
Falando no Maracaí, ela ainda abriga o ponto final da E08A, Maracaí X São Conrado, que desce a Estrada das Canoas, um dos trajetos mais bonitos do Rio, sendo operada por um micro da Tijuquinha.
Abraços! Gostei muito do blog!
Humm gostei desse blog!!!
Nada a ver mudar as cores dos onibus do Rio, muita gente os identifica pela cor. Creio que há assuntos mais relevantes, inclusive com vistas às Olimpíadas e à Copa 2016, que precisam ser resolvidos.
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