26.1.10

Panoramas Rápidos (9) | Tijuca


SEMPRE INTENSA, a Rua Haddock Lobo é uma das ruas mais movimentadas do bairro da Tijuca, pois conecta esta região à Zona Sul e ao Centro do Rio. Além disso, abriga por ali dezenas de imóveis e estabelecimentos históricos importantes da nossa cidade, como a Igreja dos Capuchinhos, o prédio do extinto Colégio Instituto La-Fayette (hoje, Fundação Bradesco) e o Club Municipal. Sem falar que ainda conta com inúmeros edifícios residenciais!

19.1.10

Panoramas Rápidos (8) | Ouvidor


HAPPY HOUR: essa é uma das principais esquinas do Centro da cidade onde o chopp rola solto após o expediente. Agora, mais do que um happy hour, a esquina da Ouvidor com a Travessa do Comércio remete-nos a um clima de Rio Antigo imensurável! Bom demais...

14.1.10

Panoramas Rápidos (7) | Leblon


PRAIA E NUVENS não são uma combinação nada perfeita; porém, era assim que estava o tempo quando registrei essa foto na Avenida Delfim Moreira, no Leblon, perto ali da Rua Almirante Guilhem. So bad! Ao fundo, o Morro Dois Irmãos e a favela do Vidigal.

9.1.10

Rio & Geografia: Os sub-bairros (Parte 3/3)



Esclarecendo a Ilha do Governador e Jacarepaguá
A Ilha e Jacarepaguá são outras duas regiões muito complexas. A Ilha do Governador nada mais é do que uma região administrativa (termo a ser explorado posteriormente aqui n’As Ruas do Rio) e que abriga bairros legítimos como o Jardim Guanabara, Galeão, Portuguesa, Bancários, entre outros.

O mesmo caso é Jacarepaguá, que também é uma região administrativa e, ao mesmo tempo, também é um bairro, pois é delimitado oficialmente nas representações cartográficas da Prefeitura. No entanto, tal delimitação compreende poucas áreas urbanas, como a que está ao redor do Autódromo de Jacarepaguá e a comunidade de Rio das Pedras, e muitas áreas rochosas e florestadas, como a dos parques Estadual da Pedra Branca e o Nacional da Tijuca. Logo, Freguesia, Taquara, Anil, Cidade de Deus, Pechincha, também são bairros legítimos, que se situam ao redor de Jacarepaguá, e por isso nomeamos esta área de região de Jacarepaguá, embora seja errado dizer que tais bairros citados sejam sub-bairros do mesmo.


REPRODUÇÃO do mapa oficial do Instituto Pereira Passos com os devidos topônimos: o bairro de Jacarepaguá e os bairros da Freguesia, Praça Seca, Tanque, Taquara, Anil, entre outros, representados como bairros legítimos.


Feudos ou sub-bairros na Barra da Tijuca?
A Barra da Tijuca é um dos lugares mais interessantes de se estudar quando se trata de geografia carioca. De urbanização recente e diferenciada do resto do Rio de Janeiro, a Barra cresce em torno de grandiosos condomínios fechados, fazendo gerar uma nova modalidade de sub-bairros em estilo quase feudal e com acesso limitado. São eles: Barramares, Novo Leblon, Santa Mônica Jardins (imagem ao lado), Península, entre outros. Além deles, estão vindo por aí o Cidade Jardim e o Alphaville carioca.

Fora destes patamares, a Barra da Tijuca também possui sub-bairros comuns, como o – mais famoso de todos – Jardim Oceânico, nas intermediações da Praça Professor José Bernardino e São Perpétuo; o Tijucamar, na região da Avenida Olegário Maciel; e a Barrinha, a parte mais antiga do bairro, nos arredores da Praça Desembargador Araújo Jorge.

A grandiosidade da Zona Oeste
A região mais óbvia de se existirem sub-bairros é a Zona Oeste – afinal, é a zona mais extensa do munícipio do Rio. Alguns bairros são verdadeiras cidades de tão grandes que são, com direito a um Centro e a dezenas de sub-bairros. Só em Campo Grande, existem uma média de setenta sub-bairros, como o Adriana, Diana, Novo Horizonte, Oiticica e Vila Rudicéa. Em Bangu, tem-se os sub-bairros de Jabour, Vila Kennedy, Catiri e Guilherme da Silveira. Em Realengo, um exemplo famoso é o do sub-bairro Mallet.

Favelas e comunidades carentes que tornaram-se sub-bairros (e até bairros!)
Em uma cidade onde é grande o indíce de favelização, muitos locais conseguiram sua emancipação graças à sua proporcionalidade e/ou fama – muitas das vezes, ruim. Exemplos de favelas e comunidades carentes que tornaram-se sub-bairros são o Rio das Pedras, em Jacarepaguá; o Jardim Batan, em Realengo; a Vila Vintém, em Padre Miguel; a Cruzada São Sebastião (foto ao lado), no Leblon; Tavares Bastos, no Catete; Jacarezinho, no Jacaré, entre outros.

Algumas tornaram-se bairros legítimos, como é o caso da Rocinha e do Vidigal, ambas na Zona Sul, e os complexos do Alemão e da Maré, no subúrbio carioca.


Fontes:
Foto Cruzada São Sebastião - http://oglobo.globo.com/rio/fotogaleria/2008/6002/17_ghg_rio_cruzada005.jpg
Foto Santa Mônica Jardins - http://www.lopes.com.br/multimidia/images/novos/1-NI-961/Santa_Monica_Jardins_Implantacao_imp.jpg

5.1.10

Rio & Geografia: Os sub-bairros (Parte 2/3)



Os sub-bairros no Centro da cidade
Os casos mais comuns são o da Lapa e do Bairro de Fátima, sub-bairros do Centro, e muito confundidos. O Bairro de Fátima vem sendo cada vez mais esquecido, tanto que nem aparece nas placas de trânsito – a não ser em uma linha de ônibus que circula pelo Centro, a linha 010-A (Bairro de Fátima X Central). A Rua Riachuelo e proximidades, como as avenidas Nossa Senhora de Fátima e Das Graças, as ruas André Cavalcanti e Tadeu Kosciusko e a Praça Almirante Jaceguai. Próximo do Bairro de Fátima, trechos das avenidas Gomes Freire e Mem de Sá, as ruas Joaquim Silva e Mosqueira, por exemplo, já podem ser consideradas como pertencentes ao sub-bairro da Lapa, embora todas sejam comuns ao Centro da cidade.

Outro caso bastante importante é o do Castelo: a região, inserida no bairro do Centro, é conhecida por ter abrigado, no passado, o Morro do Castelo, desmontado nas primeiras décadas do século XX. Logo, as ruas ali construídas no local do morro passaram a ser conhecidas como Castelo. São algumas delas: as avenidas Presidente Wilson, Calógeras e Antônio Carlos e ruas como a Santa Luiza e México. A Cinelândia eu também chamaria de um sub-bairro, quase micro, compreendido pela Praça Floriano e algumas poucas ruas ao seu redor.

Na região central, vale a pena também ressaltar que Cidade Nova, Catumbi, Estácio, Saúde e Gamboa não são sub-bairros, mas sim bairros legítimos. Por outro lado, Largo da Carioca, Praça Mauá, Praça XV, não são sub-bairros; apenas logradouros. Tem carioca à beça que se engana com isso...

Confusão tijucana
Eu diria que somente um verdadeiro tijucano, isto é, o morador da Tijuca, que entende, de fato, a disposição geográfica do bairro. É bem complicado mesmo: o bairro é extenso, populoso e povoado, e, ainda por cima, cheio de história. Logo, são inúmeros sub-bairros. Os exemplos mais famosos são o da Usina e o da Muda (foto ao lado da Praça Xavier de Brito, na Muda). Não sei ao certo dizer se outrora foram bairros, de fato; na minha concepção, são sub-bairros da Tijuca que eram bastante reconhecidos por caracterizar uma área de residências luxuosas neste pedaço da Zona Norte, privilegiados pelo clima ameno do verde próximo da Floresta da Tijuca, lá pro final da Rua Conde de Bonfim, na subida para o Alto da Boa Vista. Os anos passaram, as favelas cresceram e as referências para estes sub-bairros caíram em conceito. Hoje são apenas topônimos e nomes principais de alguns itinerários de linhas de ônibus, como as linhas 413 (Muda – Jardim de Alah) e 229 (Usina – Castelo).

Praticamente desconhecido do grande público, a Aldeia Campista é um sub-bairro que não pertence à Tijuca, mas sim à Vila Isabel. Aliás, Vila Isabel e Tijuca são bairros diferentes (tem gente que insiste em confundir!). Assim como Grajaú, Andaraí, Maracanã e Praça da Bandeira são bairros legítimos.

E na Zona Sul?
Na Zona Sul do Rio também existem alguns exemplos bastante famosos. Eu consideraria o mais famoso deles o caso do Arpoador, que é o nome de uma praia e que, com a badalação social e a importância na mídia, transferiu também seu nome a um conjunto de ruas próximas, que pertencem ao bairro de Ipanema, logo na divisa com Copacabana. Ruas como a Francisco Otaviano, Joaquim Nabuco, Gomes Carneiro, Francisco Bhering, podem ser consideradas como parte do Arpoador.

No Jardim Botânico, tem-se o sub-bairro do Horto, localizado na subida da Rua Lopes Quintas; no Leblon, o Jardim Pernambuco e o Alto Leblon, áreas residenciais situadas à margem da Avenida Visconde de Albuquerque; na Lagoa, a Fonte da Saudade, compreendida pelas ruas Fonte da Saudade, Sacopã, Baronesa de Poconé, entre outras; em Copacabana, o Bairro Peixoto, situado lá no início das ruas Santa Clara e Figueiredo Magalhães, na altura do Túnel Velho; entre Botafogo e Laranjeiras, existe um sub-bairro conhecido como Mundo Novo, que é formado por um conjunto de ruas elevadas e que fazem a ligação (sinuosa) entre estes dois bairros.

Agora você deve estar se perguntando: e o Largo do Machado? Assim como o Largo da Carioca ou o Largo da Segunda-Feira, o Largo do Machado é uma praça. Um logradouro. Faz-se confusão pois não saberíamos definir em que bairro, exatamente, ele se situa, pois se for feita uma análise detalhada dos mapas oficiais, será percebido que ele encontra-se na confluência dos bairros do Catete, Flamengo e Laranjeiras. Devido a isso é que se tem o costume de chamar tal largo e as ruas adjacentes como ser pertencessem à uma região independente, conhecida, claro, por Largo do Machado.

Zona Norte e áreas suburbanas
A área da Zona Norte do Rio de Janeiro é vasta e possui uma malha rodoviária bastante interligada – quase nos moldes paulistanos – contribuindo, então, para o aparecimento de muitos sub-bairros.

No Engenho Novo, por exemplo, existia um sub-bairro conhecido como Consolação, no trecho da Rua Barão do Bom Retiro entre a Avenida Menezes Côrtes (Grajaú – Jacarepaguá) e a Rua Araújo Leitão. Pouca gente sabe disso! O final da Rua Aquidabã, no Lins de Vasconcelos, é conhecido como Boca do Mato, pois existia, de fato, um mato naquele local. Era também ali onde havia a Escola da Samba Aprendizes de Boca do Mato, primeira escola do sambista Martinho da Vila. Entre o Méier e o Engenho de Dentro, por exemplo, mais especificamente no cruzamento das ruas Dias da Cruz e Adolfo Bergamini, é conhecido como Chave de Ouro, nome de um bloco de carnaval que saía por ali toda quarta-feira de cinzas até meados da década de 70.

Outros exemplos de sub-bairros: Chácara Del Castilho, em Del Castilho; Magno, em Madureira; Triagem, em Benfica; Fazenda Botafogo, nas margens da Avenida Brasil e dos bairros de Acari, Barros Filho e Costa Barros; Mariópolis, em Anchieta; entre outros.

Em São Cristóvão, no ano de 1998, a região conhecida como Vasco da Gama, nos arredores do Estádio São Januário, passou a ser reconhecida de sub-bairro à bairro legítimo, representado oficialmente nos mapas da cidade.


Fontes:
Foto Lapa - http://www.rioconventionbureau.com.br/upload/galeria_cartoes/176%20Arcos%20da%20Lapa.JPG
Foto Arpoador - http://www.rentanapartmentinrio.com/arpoador_roca.jpg

1.1.10

Rio & Geografia: Os sub-bairros (Parte 1/3)



Eu não sou nenhum especialista em Rio de Janeiro. Entretanto, desde moleque venho tentando desvendar muitas informações à respeito da geografia desta nossa grande cidade grande, e não foi à toa que muitos amigos paravam-me e perguntavam-me, tendo em vista o meu interesse no assunto: que diacho são os sub-bairros? Lapa é bairro? O Leme é sub-bairro de Copacabana?

O.K., há de se afirmar que convivemos com o fato de que muitos cariocas ignoram a geografia da sua cidade – seja ele jovem ou adulto. Todavia, também é inegável que tal geografia às vezes pode nos parecer um tanto quanto confusa; logo, difícil de compreender. Diferentemente da cidade de São Paulo, por exemplo, que possui diversos sub-bairros dentro de seus bairros, aqui no Rio essa quantidade é pouca, dependendo da região, e bastante alta em outras, onde existe essa necessidade de repartir o bairro em diferentes pedaços, seja pela sua extensão territorial ou pela identidade cultural que os diferencia.


MAPA OFICIAL da divisão de bairros cariocas. Os locais apresentados são bairros legítimos, enquanto os sub-bairros não estão aparentes. Tente, por exemplo, localizar o topônimo "Lapa"; verá que não é possível, pois a Lapa é um sub-bairro inserido no bairro do Centro, este sim representado no mapa acima.


Então, para irmos right to the point, os sub-bairros são aqueles que, por exemplo, quando analisados em um mapa com as divisões por bairros, não aparecem ou não são delimitados cartograficamente. Um exemplo bem famoso é o da Lapa, já citado no início deste post: ele não aparece representado no mapa, pois é um sub-bairro do Centro, ou seja, uma pequena região deste bairro conhecido por Lapa. O topônimo (significa nome próprio para os lugares) Lapa pode, em geral, aparecer em representações cartográficas mais detalhadas, como os mapas de ruas, ou então em mapas ilustrativos, que não possuem escala e que estão mais focados na importância regional do lugar do que em seus limites legais. Os sub-bairros não possuem uma delimitação territorial específica, mas englobam um conjunto de ruas, avenidas e/ou praças que passa a ser conhecido como lugar X.

A verdade é que hoje os sub-bairros vêm passando por modificações à medida que os anos passam. Alguns vão sendo esquecidos, tendo em vista que eram reconhecidos devido a algum tipo de referência histórica e/ou geográfica não mais existente, enquanto outros estão sendo cada vez mais reconhecidos e potencializados em importância, como é o caso de certas regiões da Zona Oeste.

Veremos algumas exemplificações detalhadas de cada região nos próximos posts. Este é o primeiro de três.