Ruas na Gávea preservam muito do que já não existe mais na Zona Sul: bucolismo e sossego
Mapa do trecho percorrido |
As minhas idas à Gávea se restringem sempre ao início da Rua Marquês de São Vicente, onde está o Shopping da Gávea, com uma das melhores salas de cinema da cidade. Vou no máximo até a PUC. Mas, para o blog (e para o meu acervo de fotos, é claro!), resolvi ir mais além: ultrapassei um considerável pedaço da principal rua do bairro em direção ao oeste. Se no trecho inicial o burburinho é maior devido ao shopping, a Marquês de São Vicente fica cada vez mais rústica a medida que vai se distanciando ali da Rua Vice-Governador Rubens Berardo. O que predomina é uma imagem de bairro antigo, com lojinhas locais, uns sobrados e edifícios antiguinhos, alguns mal conservados, outros recuperados. Sem dúvidas, o mais antigo nesta paisagem é a beleza do Dois Irmãos, bem ao fundo. Lindo!
Na subida da Rua Marquês de São Vicente, o Dois Irmãos e a Rua João Borges, à direita: passeio na Gávea rendeu-me uns bons cliques. Acompanhe!
Segui o percurso e parei exatamente ao lado de uma placa-pirulito, mostrando-me que, à direita, a rua levava o nome de João Borges. Uma outra placa, do outro lado da rua, indicava que ali era caminho para a Clínica São Vicente. Antes de prosseguir, quero dizer que a minha parada nessa esquina não foi acidental - eu já tinha planejado que iria para essa região. Eu parei mesmo porque ontem, sexta-feira 5, o calor tava de matar! Continuemos...
A Rua João Borges tem como características principais o seu conjunto de cores, árvores e flores. Estas últimas, no entanto, devem ser fruto da Primavera, a estação de agora que mais está parecendo o Verão.
Uma das casas na João Borges. Essa é mais incrementada |
A Gávea é engraçada: se por um lado a Rua Marquês de São Vicente é o "sapo" desta área, por outro, as ruas internas são as "princesas". Que ruas agradáveis e bonitas! A João Borges é colorida, arborizada e florida! É difícil conseguirmos esses três elementos em um mesmo logradouro. As cores que mais me marcaram nessa rua foi o rosa, de uma casa espetacular nomeada de Canto das Mangueiras, e o laranja, de uma casa mais simples, mas não menos bonita. Sem mencionar o verde quase neon de um Opala antigo estacionado em frente a um casarão com portões de madeira. Os poucos edifícios da Rua João Borges são antigos e com venezianas, do jeito que eu gosto. Mas as casas... Ah, essas casas... Elas são predominantes na paisagem e seu maior luxo é serem simples.
Fim do primeiro trecho da João Borges, ponto onde ela se encontra com outra rua, a Duque Estrada. Muitas árvores, muito verde... Parece uma cidade de interior.
Uma cabine da PM, muros recobertos por plantas, uma placa trilíngue indicando o caminho da Clínica São Vicente, uma outra ruazinha simpática e, nesta esquina, um edifício baixinho, de três andares. Branquinho com janelas de madeira em azul vivo. O cercado foi preenchido por um jardim dos mais simpáticos. Uma portaria com escadinhas sutilmente decoradas por azulejos. Na parte frontal, janelões - os apartamentos devem ser confortáveis!
Eis o tal edifício bajulado no parágrafo anterior. Ele fica bem na esquina, além de ter um outro gêmeo, ao lado, na Rua Duque Estrada.
Jardim do edifício Solar Duque Estrada |
Aparentemente não tem garagem, mas para quê? O edifício lembra-me uma espécie de mini pousada, com elementos de um chalé, desses que ficam na serra ou em hotéis-fazenda. Só faltou uma namoradeira na janela. Virei à direita. A ruazinha simpática, em questão, é a Duque Estrada. Como a João Borges, ela é composta por muitas casas e poucos edifícios. Imóveis de diferentes épocas e estilos. Os prediozinhos mais baixos são os mais antigos, e os mais gostosos de se admirar. Muros baixinhos e cores fortes, que se transformam em uma particularidade da Rua Duque Estrada. Mais uma vez, o que impressiona são as árvores e flores. Há de tudo, palmeiras, jardins, amendoeiras, árvores com troncos longos e finos, que remetem à imagem de um relâmpago.
Apesar de serem prédios antigos e sem garagem, o que é quase um pecado imobiliário para os dias atuais, eles conseguem se sobressair nos detalhes. O colorido faz ou não a diferença?
Contraste entre o novo e o velho |
Diferentes tipos arbóreos ao longo da Rua Duque Estrada. Todas as ruas do Rio poderiam ser assim, não acham?
O som saía desses bueiros |
A Duque Estrada termina na Marquês de São Vicente como um pólo de colégios do munícipio.
Ficou longo esse post, mas eu cheguei ao final dele - e da Rua Duque Estrada, também. Ela termina exatamente onde eu comecei, que foi na Marquês de São Vicente, de frente para um muro extenso de altura limitada. À minha esquerda, dois colégios municipais repletos de crianças que aguardavam, ansiosos, por seus pais. Cinco da tarde de uma sexta-feira - que momento mais feliz! Eu, no entanto, saí da minha excursão fotográfica e fui à procura de um mate bem gelado... Caiu bem!
3 comentários:
Um privilégio morar na Gávea...
Obrigado pela visita ao Cinema é Magia e pelo comentário, e parabéns pelo belo blog. Aproveito para convida-lo a conhecer meus outros blogs:
http://somenteboasnoticias.wordpress.com
http://acasatorta.wordpress.com
http://musicamagia.wordpress.com
http://telemagia.wordpress.com
grande abraço
Tommy
http://cinemagia.wordpress.com
Como sempre excelente trabalho, Pedro.
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