Idealizados para dar um embelezamento às ruas, os canteiros do Rio não andam tão bonitos assim
O tema da postagem de hoje poderá ser frufru demais para aquelas pessoas mais práticas, ou será de grande relevância para aquelas que, diante da paisagem urbana, confirma que o detalhe é que faz a diferença. Sem rodeios, hoje vou começar a falar dos canteiros urbanos! Eu, particularmente, gosto muito deles, sejam os das ruas do Rio, das de São Paulo, de Nova York ou de Marte. Um jardim bem cuidado é sempre motivo de bem-estar para os olhos. Não só o jardim, mas também o apoio deste, que é a estrutura do próprio canteiro. Aqui no Rio de Janeiro eu já vi muitos canteiros bonitos e bem tratados, mas... sinceramente? Eles se restringem a bem poucos bairros da cidade! Na maioria das ruas, grande parte dos canteiros andam bem caídões. Pensando nisso, eu percorri ruas comerciais de quatro bairros da Zona Sul, em sequência, e fui tirando fotos dos canteiros que eu encontrava pelo caminho. Os lugares, no caso, foram Laranjeiras, Flamengo, Botafogo e Humaitá. Vou dar a minha análise e espero que você, caro leitor, também dê a sua no final!
Rua das Laranjeiras, Zona Sul do Rio: foi a partir daí onde iniciei o meu percurso para a análise dos canteiros urbanos em quatro bairros da região.
Praça com jardim bem cuidado, próximo ao viaduto |
O início do percurso total foi em Laranjeiras, próximo ao Instituto de Surdos e Mudos, na Rua das Laranjeiras. Pois bem, Laranjeiras continua sendo um dos bairros mais aprazíveis da Zona Sul, é tudo muito pequeno e familiar. A arquitetura histórica das ruas desta região é de grande relevância para a cultura da cidade, sem falar que a largura das ruas reflete muito bem o seu processo de ocupação - bem antigo. Entre o Viaduto Engenheiro Noronha e o Largo do Machado, pude apreciar algumas praças bem ajardinadas e alguns canteiros bem imponentes. Na verdade, as plantas e as flores são sempre os elementos mais imponentes de um jardim, só que não podemos esquecer também da conservação do canteiro. Fazendo uma analogia, do ponto de vista estético, é como se comparássemos uma mulher linda vestida em trapos sujos. Logo, ali pela Rua das Laranjeiras até encontramos essas "mulheres lindas", que poderiam até estar em "vestes" mais apropriadas, só que aí o (meu) grau de exigência seria alto demais. Precisamos perdoar, em certas ocasiões, mas nunca afirmar que a má conservação "é culpa do tempo". Tem gente que fala que as coisas se degradam em função dele, concordo, mas da mesma forma que as mulheres gostam de se cuidar (a medida que ficam mais velhas), o mesmo deveria ser feito aos jardins e canteiros urbanos. Nesse caso, o poder de atuação sobre eles pertence à nós. Por que não cuidá-los como se fizessem parte da nossa família?
A esquina da Laranjeiras com Rua Eugênio Hussak é presenteada com um belo canteiro, embora uma mãozinha de tinta não cairia mal. Já no Largo do Machado, grande parte dos recuos entre a árvore e a calçada são usados como lixeira.
No trecho entre as ruas do Catete e Marquês de Abrantes, o panorama fica um pouco degradado em função do alto fluxo de pessoas que circulam pelo Largo do Machado diariamente. Impressionante que toda a área comercial de um bairro (seja ele qual for), hoje em dia, é puro lixo. E penso justamente o contrário, tais espaços deveriam ser os mais bem tratados, afinal, é um lugar mais exposto aos interesses privados e até mesmo aos públicos. No entanto, a Rua do Catete não anda devendo quase nada à Uruguaiana. Os poucos canteiros que existem ali, além dos recuos entre a calçada e o tronco de pequenas árvores, são enfeitados de latas de refrigerante, pontas de cigarro e papéis. E uma observação fora de hora: o que é a nova entrada da estação Largo do Machado do metrô, na Rua do Catete? É um show de cores, enfeites, parece um carnaval. E de muito mau gosto. Tô certo ou tô errado? Chega a ser agressivo!
Fim da 1ª Parte
Um comentário:
Com tantos parques e praias e praças a gente se esqueceu desses modestos e simpáticos canteiros... E existem os canteiros de prédios, alguns bem sofisticados (nos bairros nobres principalmente).
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