"O bonde facilita o acesso ao centro urbano, ao comércio, à confeitaria, ao restaurante. Teria a cozinha se modificado no decorrer dos últimos anos? Vimos como as novidades da cozinha européia se introduzem nos costumes da sociedade fluminense. Entretanto, os pratos brasileiros e os de origem africana continuam sendo a base da alimentação. Por volta de 1870, o comércio de comestíveis é abarrotado de platés, glaces, doces cristalizados provenientes da França, da Inglaterra e Alemanha. No Braço de Ouro, por exemplo, o fluminense encontra "patés de veau et jambon, empadas de peixe, palmito, camarões, gallinha, etc. a 1$ e 1$500".
(...) Refeições a preço razoável são servidas em casas de família, sistema que perdura ainda em algumas cidades do país. Por 20$ mensais uma pessoa pode ter "boa mesa e boa sociedade". A população do velho Rio já conhece as casas de lanche, precursoras das incômodas lanchonetes. Nelas servem-se empadas, rosbife, pastéis de Santa Clara, bolo inglês, sanduíches, cerveja nacional e estrangeira.
(...) Podemos dizer que o II Reinado foi a fase da confeitaria. Confeitarias de luxo, bem instaladas, sortidas de artigos finos, importados, serão pontos de conversação literária, de boemia até a chamada belle époque. A Confeitaria Francesa, de E. Godard, também na rua do Ouvidor, tem "amendoas aromatisadas, pistache, licor, baunilha, chocolats com nougat, creme, fructas crystalisadas, bonbons com licor, sucre de Pomme de Rouen, Nonettes de Dijon, marrons glacés". (...) Com o uso do gelo os refrigerantes se popularizam. Além dos sorvetes apreciam-se os refrescos de frutas da terra. Outras casas mais populares estão afastadas do centro, como Ao Chalet das Sanguisses, no Engenho Novo, onde "a rapaziada encontra cerveja nacional, dita ingleza, licores, cognac, genebra, vinho do Porto, fino, dito Bordeaux, etc". No Largo do Valdetaro (Catete), a Confeitaria Estrela oferece presunto de fiambre, pudins, doces e pão-de-ló."
Ao ler este trecho do livro, surgiu-me a idéia do post e, também, a tarefa de imaginar o que um jornalista do futuro escreveria sobre a nossa gastronomia de hoje, na cidade do Rio. Pensei, pensei, pensei... e fiz minhas apostas. Será que coincide com a sua??
A MEGAMatte, com filiais em quase todos os bairros, é a minha casa de mate e suco favorita. |
Casas de mate e sucos - Mate, bebida geladinha, mais procurada como Matte Leão - pela marca - ou simplesmente por mate, é tão carioca que se você chegar em São Paulo e pedir por um, eles vão te oferecer um chá gelado - que, definitivamente, não é o mate. Só carioca sabe o quão gostoso é tomar aquele mate gelado naqueles dias brabos de calor. Se rolar a promoção de mate com pão de queijo, melhor ainda! Os sucos também não ficam de fora, são de variadas combinações e tamanhos. Só que, pra mim, o mate é imbatível.
O tal do iogurte - Tomei um para nunca mais, só que é impossível não reconhecer a febre que esse lanchinho causou aqui pelo Rio desde o ano passado. Com preços elevados e slogan de "natural" (vulgo emagrecedor - bom, depende do topping!), as lojas de iogurtes não param de surgir e com nomes totalmente semelhantes aos da pioneira Yogoberry. Se no seu bairro aparecer uma pequena loja com placa de "aluga-se", "passo o ponto", pode apostar que ali vai brotar uma iogurteria. Te cuida, Chambinho!
OS IOGURTES naturais viraram febre no último verão. |
O KONI Store, em Ipanema: especializado em temakis e comidas japas rápidas e práticas. |
A CERVEJARIA Devassa é um exemplo de pé-limpo aqui no Rio e está sempre lotada. |
Esses foram os meus palpites. E os seus?? Comente!
4 comentários:
Muito bom, Pedro. Muito interessante suas dicas, só não consigo concordar com a qualidade do mate servido no Mega Mate! Tem um Mega Mate e um Rei do Mate aqui próximos à minha casa, a diferença é gritante! rs
Eu sou mil vezes o Mega Matte! Hahaha
hahaha
Deve ser problema exclusivo do que eu frequento então...rs
Irmão,
O que posso te dizer depois de muitos anos no RJ é que o carioca gosta muito de gordura e sal... e paga caro por isso, sou mil vezes SP, eles comem melhor, só que mais caro.
Abs,
Nilson Soares
Postar um comentário